quarta-feira, 17 de abril de 2019

Responsabilidade



Fonte:https://ionline.sapo.pt/616819

             No nosso dia a dia, frequentemente fazemos ações, decidimos entre o que podemos fazer e escolhemos, na maioria das vezes, fazer coisas que nos agradam, coisas que satisfaçam o nosso objetivo (o que pretendemos conquistar com essa ação). Neste caso dizemos que fazemos ações porque queremos, o nosso ato é intencional e assumimos então as possíveis consequências dos nossos atos. Por exemplo, quando vamos tomar o nosso pequeno-almoço em casa ou no café, escolhemos comer o que queremos, podemos escolher um pequeno-almoço saudável ou um cheio de calorias. Estas escolhas dependem de nós, dos nossos objetivos, somos, por isso, responsáveis por estas escolhas, sofrendo então as consequências positivas ou negativas das nossas ações. No entanto estes atos não esgotam a totalidade do que fazemos, podemos também fazer coisas que não dependem de nós para acontecer, coisas que não queremos fazer, mas que, mesmo assim, somos forçados a fazê-las.
Por exemplo, podemos ser assaltados à mão armada e então, neste caso, podemos ponderar entre cooperar e dar os nossos bens ou não cooperar e fugir, por exemplo.  
Em ambas as opções os riscos são imensos, mas temos de escolher um lado, mediante as possíveis consequências. Se não cooperarmos podemos morrer, mas se cooperarmos podemos perder coisas que valem muito. É uma aposta, tivemos a infelicidade de isto nos acontecer, uma coisa que não dependeu de nós, não fizemos nada para aquilo nos acontecer, mas a partir do momento que acontece, somos forçados a escolher, escolhemos embora não o queiramos fazer, agimos, pois somos coagidos. Neste caso não podemos ser responsáveis, embora as ações partam de nós, elas são realizadas com o objetivo de sobreviver, agimos então pelo instinto
de sobrevivência. Como podemos ser responsáveis por coisas motivadas pelo nosso desejo de sobreviver?
Imaginemos agora que fazemos algo intencional que influencia alguém de forma extrema, podemos fazer essa coisa, mas ter o azar de, no futuro, "estragar" a vida de alguém, porque agimos de tal forma. Mesmo que não quiséssemos que tal acontecesse, somos responsáveis, pois o que aconteceu partiu de nós. Por exemplo, muitos jovens suicidam-se, pois são vítimas de bullying, devido aos maus tratos que recebem de terceiros. Mesmo que esses terceiros não quisessem que tal acontecesse são responsáveis, pois os atos deles levaram ao sofrimento e morte de alguém. 
Em suma, penso que devemos ser responsáveis por coisas que queremos e sabemos que estamos a fazer, coisas que partem de nós, que dependem de nós. Quanto aos atos que fazemos e são imprescindíveis à nossa sobrevivência não devemos ser responsabilizados, pois quando agimos tendo em mente este objetivo somos forçados a fazer coisas que não queremos fazer.

Leonardo Silva, 10ºF


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