sábado, 17 de junho de 2023

Será a Eutanásia moralmente correta?

 

                                                             (1)


     
Ao longo deste ensaio, procurarei discutir o problema: será a eutanásia moralmente correta? A eutanásia é o ato de proporcionar a alguém uma morte indolor. Distingue-se dois tipos de eutanásia, a ativa, que é a administração de substâncias a um individuo que lhe causam a morte; e a passiva, a suspensão de tratamentos que mantinham a pessoa viva. Temos, também, a administração da eutanásia como sendo voluntária(com o consentimento do paciente), não voluntária (o paciente não recusou nem permitiu) e a involuntária (o individuo não deu consentimento). Considero que a discussão deste problema filosófico é importante, pois define o futuro da nossa sociedade, decidindo a morte e a vida de uma pessoa e a duração do seu sofrimento.

    Vou defender a ideia de que a eutanásia é moralmente correta. Eu partilho da ideia de Mill, que uma ação é moralmente correta se providenciar a máxima da felicidade (prazer e ausência de dor a um maior número de indivíduos). Quando a eutanásia é administrada, em qualquer ipo de situação, irá trazer a máxima da felicidade. Na administração voluntária e não voluntária, ambos o paciente e a família irão ficar felizes, visto que, a dor do doente acaba e a família ficará aliviada por não ter que ver o seu parente a sofrer. Na administração involuntária, o indivíduo poderá ficar infeliz mas um grupo maior de pessoas irá ficar feliz (por exemplo, a morte de um predador sexual), Ora, se uma ação traz a máxima da felicidade então é moralmente correta; a eutanásia traz a máxima da felicidade; logo a administração da eutanásia é moralmente correta.

    Uma possível objeção ao argumento apresentada é, por vezes, haver casos em que o doente se sente pressionado a prosseguir com a eutanásia (não a querendo) mas prossegue com o processo, pois sente-se um fardo para os familiares, esta sentir-se-á infeliz. Concluindo-se assim, que a administração da eutanásia não é moralmente correta pois causa a infelicidade a um individuo. Todavia, esta objeção não é bem-sucedida pela seguinte razão: apesar de o doente ficar infeliz, a sua família irá ficar feliz, pois não ter-se-á que preocupar com o familiar. Deste modo, haverá uma maximização da felicidade, pelo facto, de o doente ser só uma pessoa e a família um grupo delas.

    Por conseguinte, concluo este meu ensaio afirmando que a eutanásia é moralmente correta, devendo ser permitida em todos os países, visto que, no sentido Milliano, esta ação traz sempre a máxima da felicidade mesmo que forneça a infelicidade a uma minoria.

 Inês Fonseca, nº6

10ºB


(1) Fonte: https://ccmadvogados.com/eutanasia-quo-vadis/