Pandemia em Portugal
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Crenças pessoais e liberdade
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Num mundo cada vez mais diversificado e heterogéneo, poderemos questionar em que medida as nossas crenças pessoais condicionam a nossa liberdade e a liberdade dos outros.
As minhas crenças pessoais limitam a minha liberdade?
O efeito de crer, acreditar ou de
ter fé em algo limita a visão do que é diferente, daquilo em que se acredita?
Por que é que a minha crença é mais
verdadeira do que a dos outros, que é diferente?
A nossa diversidade de crenças
pessoais deveria traduzir-se em maior tolerância, liberdade, respeito e
crescimento intelectual mas, contrariamente a isto, traduz-se diariamente num
confronto de crenças com manifestações de comportamentos de intolerância, ódio,
raiva e destruição.
Isto leva-nos a pensar que a crença
é uma convicção profunda que desperta em nós sentimentos irracionais e que não
derivam, muitas vezes, de uma análise racional da nossa mente.
Eu posso ter uma crença pessoal
sobre um assunto, porque nasci numa sociedade x, feliz, sem dificuldades,
sem guerras, democrática e tudo isto condiciona aquilo em que acredito e faz
variar o grau de análise racional da minha mente e das minhas crenças pessoais.
Uma outra pessoa que vive numa sociedade y sem democracia, sem
instrução, onde a guerra impera, desenvolverá outros tipos de crenças em que
acredita como verdadeiras. Neste tipo de crença, importará mais o sentimento do
que a razão.
O destino de sermos diferentes condiciona as
nossas opções, os nossos direitos e, por consequência, as nossas crenças
pessoais.
Então a grande questão é:
conseguiremos viver em paz, em harmonia com esta diversidade de crenças?
Quero acreditar que sim, na medida
em que formos capazes de respeitar a liberdade de expressão de cada um e não de
destruir uma crença diferente da nossa. Poderemos conjugar as nossas crenças,
na medida em que formos capazes de viver uma liberdade de expressão racional
entre todos.
Parece tão simples, sendo um direito
humano protegido por uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, no entanto,
somos palco de tantos medos, retaliações e censuras de membros da sociedade às
nossas crenças pela nossa liberdade de expressão.
Todos nós somos livres num conjunto
de determinações externas, internas, fatores sociais e subjetivos, mas a
liberdade de expressão é somente nossa. Por exemplo, dois irmãos que vivem
juntos e têm a mesma origem social, um pode se tornar um criminoso e o outro
não. Na conjugação das crenças com a liberdade acontece o mesmo. Existem
aqueles que optam por utilizar negativamente essas crenças, agredindo a sua
própria.
Assim, na minha opinião, para uma
possível conjugação entre as crenças e a liberdade, temos de equacionar formas responsabilizar os que fazem esta opção errada do uso da sua liberdade de
expressão e encorajar, muito, todos os que optam pelo uso correto, para troca de
ideias, discussões positivas e diálogos para um fim comum: a mudança das
sociedades.
Luiza Carvalho, 10ºG
Será que existe Liberdade?
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Para responder a esta questão precisamos de compreender o que é a Liberdade. Quando confrontados com questões como esta, certas pessoas tendem a afirmar que a Liberdade é o livre-arbítrio de um ser, o direito que ele tem de fazer o que bem entender.
Na minha opinião, o conceito de Liberdade é, de facto, um direito que um individuo tem de proceder conforme queira, no entanto, este direito não pode ir contra outros indivíduos e deve-se encontrar dentro dos limites da lei. Como a famosa expressão diz: “A tua liberdade acaba quando a do outro começa”.
Na existência de uma Lei, ou restrição, podemos afirmar que estamos privados da nossa liberdade?
A minha resposta a esta pergunta é simples: Não. A Liberdade, como referido antes, trata-se de um direito.
Todavia, direitos não podem existir sem deveres, quando uma pessoa tem o poder de fazer o que quer sem nunca cumprir nada, estamos perante uma anarquia, e, quando o oposto acontece estamos perante uma ditadura.
Portanto posso concluir que:
Ø Num estado democrático, onde os cidadãos têm direito ao voto, Liberdade de expressão, liberalismo económico, igualdade de género e de etnia, existe Liberdade.
· É possível discutir/debater as crenças de cada um? Será que devemos?
A meu ver, a discussão e o debate
de ideias e crenças são fundamentais. Conhecer várias opiniões alheias
contribui para o desenvolvimento de uma mente aberta.
No entanto existem algumas ideias-chave para este tipo de debates:
Ø
Nunca podemos assumir que a nossa opinião é um facto;
Ø
Devemos sempre respeitar com quem nós estamos a
debater, mesmo que achemos que o que esta pessoa esteja a dizer seja
completamente disparatado;
Ø
Nunca interromper a outra pessoa.
Contudo, julgo que estas “regras”
são raramente cumpridas, nomeadamente nos debates políticos, e discutir as
crenças de cada um é uma atividade que se está a tornar cada vez mais difícil.
Para combater este problema,
penso que devia ser instaurada uma disciplina escolar, onde, não só,
debateríamos as ideias de cada um, mas também seria transmitido o código de
conduta a seguir durante um debate.
A mudança passa pelos jovens, como
Pitágoras disse: “ Eduquem as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.”
Como conjugar crenças pessoais com liberdade?
Ser
questionada acerca de assuntos como este é muito subjetivo e as respostas podem
ser muito diversas por estarem sujeitas às crenças de cada um. Em consequência
desses valores surgem constrangimentos e conflitos, porque é necessário saber conjugá-los
com a sociedade. Para tal, temos de ser capazes de ouvir opiniões diferentes
das nossas, respeitando a liberdade de todos.
É no
seguimento do conceito “liberdade” que surgem todas as dúvidas, afinal o que é ser livre?
A palavra liberdade, eleutheria, conforme a
O problema surge quando pensamos acerca da sua definição,
que é das mais abstratas que há, pelo que se liga ao ponto de vista de cada um.
A meu ver, todos têm o dever e a possibilidade de pensar com liberdade desde
que não quebre a
Se houver bom senso e abertura de ambas as partes é
possível discutir e debater as diferentes crenças que existem por todo o mundo.
Por isso,
Nestes momentos podem surgir pensamentos como “Será que a
liberdade realmente existe? Na minha opinião existe, dado que, num país como
Portugal (democrático) ninguém nos impede de fazer ou dizer seja o que for,
podemos é sofrer consequências no seguimento de atos que prejudiquem os outros.
Como atualmente vivemos num mundo global em que quase já
não existem “diferenças” muito acentuadas, defendemos que todos somos iguais e
temos os mesmos direitos. As mentalidades deviam estar cada vez mais abertas e
predispostas a receber ideias divergentes das nossas sem que hajam graves
consequências, como nos limites homicídios ou atos de terrorismo. Para que isto
seja possível, deve incutir-se estes temas nas novas gerações, desde muito cedo,
através de: palestras escolares, campanhas de informação muito fortes na
comunicação social e, principalmente das redes sociais, que é o melhor meio de
chegar aos jovens.
Rita Moreira, 10ºG
Será que a pandemia trouxe valores às pessoas?
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Muitos acham que a pandemia do Covid-19, que nos obrigou a ficar em casa, de quarentena, durante meses, apenas trouxe coisas más à nossa vida como: o perigo constante de apanhar a doença, a rotura da nossa economia, a falência de muitas empresas ou até mesmo a perda de alguém muito importante. Mas, no meu ponto de vista, trouxe-nos algo muito positivo: valores. Valores humanos como o respeito, a gratidão, a coragem e a paciência.
O respeito pelo outro, pelos que estão na frente de batalha como os médicos e enfermeiros, pelos que se colocam, a si e às suas famílias, em perigo todos os dias ao sair para trabalhar, pelos doentes e idosos que mesmo sem forças lutam todos os dias, mas principalmente, o respeito por nós próprios. Esta pandemia trouxe-nos uma certa solidão, momentos em que apenas estávamos nós e nos perdíamos em reflexão. Esses momentos levaram-nos a que nos respeitássemos a nós próprios, que aprendêssemos a conhecer os nossos limites e a valorizar todos os nossos sentimentos, mesmo aqueles como a tristeza ou a raiva.
A gratidão: por termos comida na mesa, dinheiro para pagar as contas num momento tão difícil como este, por termos família para nos apoiar e nós apoiarmos, assim como saúde, recursos, hospitais e pessoas qualificadas para lutar contra o vírus.
A coragem para enfrentar tudo isto, seja o vírus, o sentimento de solidão, a perda de amizades ou familiares ou, em alguns casos, enfrentar e lutar contra uma depressão e até mesmo a coragem para se adaptar a uma nova forma de trabalhar e a uma nova forma de viver.
A paciência. Saímos deste confinamento muito mais pacientes depois de meses trancados em casa, onde não havia nada para fazer e o que havia não nos despertava qualquer interesse. Pacientes por esperar que tudo isto terminasse.
Concluindo, na minha perspetiva, a pandemia trouxe muitos e variados valores às pessoas que, mesmo num tempo tão complicado, conseguiram tiram algum proveito dela.
Carolina Fraga,10ºI